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Janet Cardiff

 

Biografia

Nascida em 1957 na comunidade de Bruxelas, em Ontário, Janet Cardiff estudou na Universidade de Queen (BFA), e na Universidade de Alberta (MVA) onde se formou em artes visuais. Ela trabalha em colaboração com seu marido George Bures Miller, nascido em 1960, Berlim na Alemanha onde eles vivem e trabalham atualmente.

Cardiff é reconhecida internacionalmente, e define seu trabalho como um passeio de áudio. Ela acredita que o som pode trazer uma infinidade de lugares e tempos juntos e tem um enorme potencial para tocar, envolver as pessoas. Em suas obras ela explora a emoção, a memória, e através de efeitos ela cria espaços virtuais ancorados na realidade, o que leva seus visitantes para o cruzamento entre ficção e realidade, espaços ilusórios em que a percepção acústica, bem como a estrutural, desempenha um papel importante onde se reúnem em intensidade hipnótica e emocional.

Principais Obras

The Murder of Crows (2008)

É uma instalação com 98 caixas de som montadas sobre pedestais, distribuídas à maneira de uma orquestra, nesse espaço são postas cadeiras para que o visitante possa assentar e sentir-se dentro do pesadelo. Gerada por técnicas especiais de gravação e de reprodução polifônicas, a obra é composta por cantigas de ninar, marchas, textos e composições musicais. Inspirada na gravura de O Sono da Razão Produz Monstros (Goya - 1799), que demonstra os terrores noturnos, os pesadelos. Entre os intervalos dos diversos sons que são “sentidos” pelo visitante, a voz de Janet Cardiff faz-se ouvir pelo megafone posicionado no centro, recitando sequências de pesadelos. A duração de toda a narração e sons tem tempo total de 30 minutos. Essa obra encontra-se instalada em Inhotim, mas no momento está fechada para manutenção.

Dark Pool (1995)

Na obra “Piscina Negra”, encontra-se um reino de animação suspensa, um conjunto elaborado de móveis, tapetes, livros, pratos vazios e parafernália mecânica. De acordo com a movimentação dos espectadores através da instalação, eles ativam componentes acústicos do trabalho - o silêncio do espaço é quebrado por fios de música, ecos de histórias e fragmentos de diálogo.

The Paradise Institute (2001)

Essa obra foi instalada na Bienal de Veneza em 2001, trata-se de um pavilhão de madeira compensada simples, um conjunto de escadas e um interior mal iluminado com tapete vermelho e duas fileiras de assentos cobertos de veludo, sentados os espectadores observam por cima da varanda para uma réplica em miniatura de um antigo cinema criado através de perspectiva (que é a primeira de uma série de ilusões orquestradas por Janet e George), começa a projeção de um filme de suspense e os espectadores ouvem isoladamente através de fone de ouvido e cada um tem sua experiência única através dessas ilusões.A sensação de isolamento é quebrada por intrusões aparentemente vindas de dentro do teatro.

The Killing Machine (2007)

Parcialmente inspirado por “A Colônia Penal” e em parte pelo sistema americano de pena, a peça é uma abordagem irônica para matar e máquinas de tortura. Um alto-falante em movimento envolve uma cadeira elétrica. A obra centra-se na cadeira e ao seu redor se move uma série de dispositivos mecânicos de tortura que atacam uma vítima invisível.

 

Obra apresentada em Inhotim: The Forty Part Motet

Thomas Tallis, compositor inglês, escreveu Spem em Alium Nunquam Habui, parao aniversário da rainha Elizabeth I em 1575, e é uma das mais complexas obras polifônicas, sendo 40 integrantes, divididos em oito coros separados de cinco vozes.

A obra, The Forty Part Motet, trata-se de uma instalação sonora com 40 canais que reproduzem o moteto (tipo de composição polifônica medieval) entoada pelo coro da catedral de Salisbury, Inglaterra. Janet Cardiff trabalhou com vozes masculinas – baixo, barítono e tenor – e uma soprano infantil.

Na instalação, a artista usa 40 alto falantes, um para cada voz, dividido em 8 partes cada uma contendo 5 alto falantes, através do qual o espectador pode ouvir as vozes e perceber combinações e harmonias enquanto o som percorre por 14 minutos dentro de uma formação oval. Momentos antes da música começar, a preparação do coro pode ser ouvida junto com fragmentos de conversas. 

Ela acreditava que as pessoas poderiam estar dentro da música, quase como ser capaz de estar dentro de uma pintura, e as pessoas têm tido diversas reações, elas entram no espaço, alguns ficam no centro, outros se movimentam e se conectam com cada voz, fecham os olhos e sentem a música, ao caminhar pela instalação ouve-se uma combinação única da música e cria uma sensação emocional íntima dentro de um espaço público.

 

 

 

 

 

 

 

Relato Individual

Após a visita ao Instituto Inhotim, o maior centro de arte contemporânea ao ar livre da América Latina, acredito que os artistas não precisam mais construir suas obras dentro de contextos religiosos ou políticos seguindo formas originais. O artista não tem mais compromissos institucionais que o limitem, a arte contemporânea se caracteriza atualmente pela liberdade de atuação do artista que hoje tem vários recursos materiais, estilos e técnicas.

É realmente impressionante a forma como a arte toca nossos sentidos, estimula a imaginação, é um mistério, ás vezes da medo, ás vezes traz paz, diverte, encanta, assusta... Enfim, a arte é capaz de trazer para dentro da gente os mais ilustres sentimentos, basta estar aberto para receber a sua mensagem.

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